Rita a menina que grita.
Introdução:
Rita vivia fazendo birra.
Implicava com tudo .
Batia o pé, por qualquer coisa gritava à toa.
Por quase nada abria um bocão.
Era tão chata que ninguém agüentava mais!
Daí os colegas resolveram dar um jeito nela.
Quer saber o que aconteceu com ela?
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Esta é a história de uma menina.
Vou contar como ela era.
Além de ser gritadeira,
Rita é muito tagarela.
A tal Rita magricela
Tem o nariz arrebitado,
Sardas por todo o lado
E o cabelo espetado,
Amarrado com fita amarela.
Esta Rita magricela,
A tal da cara magrela,
Tem uma mania esquisita: vive fazendo birra!
A confusão logo começa já no café com pão:
Se Rita quer mais manteiga e a mãe diz que não,
Pronto... Já abre o bocão.
Depois de feita a merenda a chateação continua,
Pois Rita escolhe a roupa
Que usa ao brincar na rua
_ O short amarelo está rasgado,
O vermelho, amarrotado,
No tênis falta um cordão!
É tanta reclamação
Que até a mãe fica tonta,
Com a Rita fazendo fita,
Que bate com os pés no chão,
De novo abrindo um bocão,
Com aquela Cho ração.
Sua mãe vive pedindo:
_ Rita, não grita!
Mas a Rita nem dá bola
E sai danada da vida;
E novamente na escola
Continua a fazer birra.
Bastou esquecer a borracha
Ou a ponta do lápis quebrar.
E recomeça a gritar.
Os colegas avisam, dizendo:
_ Rita, não grita!
Mas a magrela nem dá bola
Para os colegas da escola.
Nas brincadeiras do recreio,
Os outros não tinham vez.
Não podiam brincar de pique
E nem podiam contar até três!
Rita queria tudo primeiro,
Queria ser a melhor...
E prá quem desconfiasse
Ou até dissesse: não!
Lá vinha mais berração!
Os amigos já não agüentavam
Tanta pirraça da Rita
E resolveram dar um fim
Naquela menina esquisita.
Um plano combinou então
Para a próxima vez
Que houvesse gritação.
Logo no dia seguinte,
A turma brincava de amarelinha
Quando a pedrinha
Sem querer, na vez da Rita,
Caiu pra fora da linha.
Daí Rita avermelhou,
Arregalou o olhão,
Encheu as bochechas de ar
E já ia estourar...
Quando a turma se mandou.
Sumiu, desapareceu.
E a Rita magricela
Ficou com o berro abafado,
Ficou com o grito engasgado,
Não tinha com quem gritar,
Não podia espernear.
Ficou muito chateada,
Com aquele berro grosso,
Entalado no pescoço.
A partir daquele dia,
A magrela foi percebendo o que acontecia.
Na escola pra brincar de pega,
Esconde-esconde e escorrega,
Não convidavam mais Rita, não,
Nem pra pular corda, pra jogar peteca
Ou fazer bolinhas de sabão.
Ela podia espernear, berrar, abrir o bocão
Que ninguém prestava atenção.
E a Rita sozinha, sem jeito,
Com aquela falta de graça enroscada dentro do peito,
Foi ficando triste, doente, emburrada,
Sem querer conversar, comida e nem nada.
Foi daí que a vovó chegou,
Trazendo o lindo presente:
E a Rita pulou contente:
_ Oba! Agora os meus amigos vão querer brincar comigo!
E então o novo brinquedo
Saiu correndo a mostrar.
Logo juntou criança
Com vontade de brincar.
A brincadeira da bola maluca
Era gozada,de assustar
Cada um espetava o palito na caixa
Onde estava o balão escondido,
E ele não podia estourar,
Primeiro foi João
Que escapou de raspão!
Depois foi a Beatriz
Que escapou por um triz!
Na vez de Rita _ que azar! _
O palito encostou e ... B U M !
Fez a bola estourar.
Os colegas ficaram esperando
O que já estavam acostumados:
O bocão aberto da Rita,
Gritando por todo o lado.
Mas daí aconteceu
A surpresa boa, engraçada,
Ao invés de fazer isso,
Rita arreganhou a boca,
Numa bela gargalhada!
E uma risada emendou na outra,
A brincadeira foi em frente,
Com todos se divertindo,
Com todos muito contentes.
A Rita magricela pensou num jeito esperto
De não ficar tão zangada com o que não dava certo,
E hoje cada vez que acontece de algo sair errado,
A Ritinha sardenta do nariz arrebitado,
Não faz pirraça, nem fita, nem grita.
Pode até estourar chicletes na cara,
Entornar sopa na roupa
Arranhar os joelhos no chão,
Ela acha engraçado e leva tudo na gozação.
E para as coisas mais difíceis,
Procura a melhor solução.
A tal Rita magrela,
Do nariz arrebitado,
Que usa fita amarela,
No cabelo espetado,
Continua tagarela.
Mas deixou pra lá a mania esquisita de gritar à toa.
Descobriu que sabe também resolver as coisas numa boa.
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